quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Temos Asas

Este mundo é um lugar vil e cruel, Pelarus. Um lugar onde os Humanos têm perdido o sentido de humanidade, o sentido do ser-se Humano. Deixaram que os seus corações fossem possuidos de perfídia e mesquinhez. A nobreza de caracter não tem mais valor.

Atirados diariamente para rotinas sem glória, apenas para manterem a viabilidade daquilo que julgam ser privilégios, mas que mais não se trata de ilusões vãs, pelas quais se deixam escravizar. São autómatos dum organismo maior, imenso, do qual não podem escapar, pois nele se encontram enredados desde o seu nascimento. E por ele são devorados. As suas almas devoradas, insaciavelmente.

Não nos deixemos subjugar nós também, meu querido Pelarus. Nós temos asas! Podemos voar daqui. Reunamo-nos àqueles que se erguem justos quanto nós.

Consegues sentir, tal como eu, o doce frio do ar rarefeito levando nossas asas cada vez mais Alto, cada vez mais Longe?
Oh, meu doce Pelarus... como é gloriosa a Vida! E a Felicidade de acreditar nela! Poder levar o Sonho sempre um pouco mais Longe, sempre um pouco mais inalcançável.
A Vida é um bafo divino soprando nossas almas, como o vento do Deserto sopra as cortinas de seda do Palácio Imperial.
Vem, meu amado. Bebamos nosso trago. Brindemos à Alegria de nos rirmos ao nascente e nos abraçarmos ao poente.

Sem comentários: