quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Exército

- Se há exército em Sulus?! Oh meu bom Pelarus, mas porque havia de existir um exército se ninguém quer fazer guerra?

- Para defesa?! Mas defender de quê? De quem? Sulus não tem inimigos nem pretende vir a tê-los. Em Sulus não há militares, há monges! - concluí sorrindo.

Contudo há em Sulus algo que se pode equiparar a um serviço militar obrigatório; trata-se dum serviço formativo de iniciação dos jovens e que alguns assumem como carreira para o resto de suas vidas. 
Todos os jovens têm que cumprir um período de serviço monástico, em mosteiros longe das suas localidades de origem, portanto afastados do contacto com familiares e amigos. 
Durante esse período não só vivem em reclusão com rotinas monásticas, mas também são incumbidos da prestação de serviço comunitário. Assim se completa a formação dos jovens, iniciada desde cedo no sistema de ensino de Sulus. 

A prioridade dos cuidados de todos em Sulus é para a educação desde a mais tenra infância. Aqui todos são instruídos a viver em comunidade. Todos têm um contributo válido para a comunidade e a todos é dada a oportunidade de prestar esse contributo. 

Todos são iguais em direitos e oportunidades perante a comunidade, pelo que não há sentido de exclusão por más práticas. Os prováveis prevaricadores são objecto de mais atenção e cuidados por toda a comunidade, pelo que não existe aqui o estatuto de pária.

- Crime?! Se há crime em Sulus? - continuei respondendo às questões postas por Pelarus - Mas, meu querido, por acaso já viste em alguma parte de Sulus qualquer indício de insegurança?

Crime é um termo não utilizado por aqui. Podem acontecer comportamentos mais desajustados por parte de algum cidadão, mas logo a comunidade tratará de entender o porquê desse desajustamento e lidará com a situação do modo mais digno e conveniente. E isto significa com respeito e bonomia. 

Aqui respeita-se a dignidade humana acima de tudo. Tal exige uma co-responsabilidade de todos pelos comportamentos de cada um dentro da comunidade. 
A sociedade e a cultura de Sulus foram desenvolvidas segundo esse princípio soberano. Toda a atenção dos dignitários administrativos focaliza-se na preservação desse ideal primordial.

A todos é providenciado o essencial para uma existência digna, mesmo sem que para isso tenham que trabalhar. Quem quiser adquirir bens supérfluos, terá então de se esforçar mais para acumular bens próprios, mas isso não é visto como uma supremacia de estatuto social. Como já falámos anteriormente os responsáveis por cargos administrativos são impedidos da propriedade de quaisquer bens pessoais. 
Ademais a acumulação de riqueza é interdita em Sulus, pelo que a partir de determinados excedentes os bens acumulados passam para o usufruto da comunidade.

3 comentários:

Serginho Tavares disse...

então Sulus é um exemplo de socialismo eexercido e realizado na sua mais perfeita plenitude

uma pena que estamos tão longe de alcançar isto











te amo

Leandro Cordeiro disse...

"Aqui respeita-se a dignidade humana acima de tudo"
Aclamado seja ManDrag por essas palavras...
Sensiblizado!

São disse...

Que se respeite o ser humano sempre e em todos os lugares!
Fica bem.